Candisse, cadê você?

A essa altura do campeonato, a pergunta que ecoa nos bastidores da política sergipana é direta e incômoda: por onde anda Candisse Carvalho? A jornalista, esposa do senador Rogério Carvalho (PT), foi candidata à Prefeitura de Aracaju em 2024, protagonizou uma campanha com estrutura robusta e narrativa envolvente, mas logo após as urnas se fecharem, voltou ao silêncio — e ao conforto de Brasília.

A ausência de Candisse das redes sociais e do cotidiano político de Aracaju alimenta um sentimento de frustração em parte do eleitorado e, principalmente, nos que esperavam vê-la engajada com as pautas da capital sergipana. Afinal, seria apenas mais uma figura que aparece em época de eleição, some logo em seguida e ressurge no próximo pleito com promessas recicladas?

Durante a campanha, muito se falou da trajetória de Candisse, que até então era praticamente desconhecida da maioria dos aracajuanos. Sob a batuta do estrategista Bira Suassuna, sua imagem foi moldada, sua história apresentada com emoção, e sua candidatura vendida como um projeto alternativo ao atual modelo de gestão. Mas passado o calor eleitoral, a chama do envolvimento esfriou. Sumiu. Silenciou.

Nos bastidores, corre a informação de que Candisse pode disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Sergipe em 2026. Porém, para isso, seria prudente, para não dizer essencial, que ela voltasse de fato para Aracaju. Não apenas fisicamente, mas politicamente e afetivamente. Política não se faz por temporada. Política exige presença, entrega e construção de vínculo com o povo.

Candisse precisa decidir: ama mesmo Aracaju ou prefere as benesses e o ar-condicionado central de Brasília? A capital do poder atrai, seduz, acomoda. Mas o eleitorado sergipano — especialmente o da capital — não é mais tão ingênuo. Lembra. Observa. Cobra.

Aqueles que sonham com um novo nome na política estadual precisam mais do que boas produções audiovisuais e discursos ensaiados. Precisam de presença verdadeira e atuação contínua. A ausência de Candisse levanta a dúvida que pode se tornar uma sentença: seria ela apenas mais uma candidata de ocasião?