Os primeiros meses de uma gestão sempre trazem desafios, ajustes e, claro, alguns desencontros entre aqueles que dividem o poder. Não foi diferente com a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, e seu vice, Ricardo Marques. A recente aprovação, na Câmara Municipal, de um projeto que retira do vice-prefeito a presidência de dois conselhos gerou ruídos e revelou um certo desgaste dentro da administração. No entanto, é preciso perguntar: quem ganha com isso? A quem interessa transformar um desentendimento administrativo em uma ruptura política?
Historicamente, é comum que haja divergências entre prefeitos e seus vices. A relação entre esses dois cargos nunca foi sinônimo de harmonia absoluta. A política tem seus altos e baixos, e disputas por espaço e influência são normais. O que surpreende, no entanto, é a velocidade com que algumas forças externas tentam ampliar essa rachadura, explorando qualquer faísca para criar um incêndio.
Emília e Ricardo se complementam politicamente. Ela, com uma grande aceitação popular e um perfil combativo, conquistou um eleitorado fiel. Ele, vindo da Zona Norte de Aracaju, representa uma região importante e tem seu próprio carisma e base de apoio. Essa união foi determinante para a vitória nas eleições de 2024 e continua sendo essencial para a governabilidade.
Por isso, a tentativa de alimentar uma separação entre os dois deve ser vista com cautela. Há interesses diversos em jogo, desde adversários políticos até aqueles que desejam ocupar espaços dentro da gestão. Criar um ambiente de rivalidade entre a prefeita e o vice só serve a quem deseja enfraquecer o governo e desestabilizar a administração.
É preciso lembrar que Aracaju precisa de uma gestão focada no futuro, não em disputas internas. A cidade demanda soluções para seus problemas, e a união entre Emília Corrêa e Ricardo Marques é um pilar importante para garantir que promessas de campanha sejam cumpridas. Que haja divergências, faz parte da política. Mas que essas diferenças não sejam usadas para fomentar o caos.
A grande questão que fica é: quem está interessado em ver essa parceria desfeita? Porque, para Aracaju, a harmonia sempre será melhor do que o conflito.