Em um movimento inédito na história política do Brasil e particularmente do município de Canindé de São Francisco, o prefeito Weldo Mariano fez uma declaração controversa durante uma reunião de campanha com seu pré-candidato a prefeito, Kaká Andrade. Em um encontro que reuniu pouco mais de 20 pessoas, Mariano anunciou que pretende usar um item inusitado e nunca antes visto nas eleições: o cipó-caboclo.
O cipó-caboclo, uma planta trepadeira lenhosa nativa do Brasil, foi mencionada por Mariano em um discurso inflamado. Ele afirmou que vai “pegar esses caras com cipó-caboclo” e, para reforçar, disse que “vai amaciar o lombo com tábua torando no meio”. A expressão “dar de cipó-caboclo” é uma gíria que pode ser interpretada como “dar uma surra” ou “punir severamente”.
A declaração do prefeito gerou risos entre os presentes, dada a natureza teatral e exagerada do discurso. No entanto, a fala de Mariano pode ser interpretada de várias maneiras, desde uma tentativa de humor até uma ameaça velada de violência contra seus adversários políticos. Independentemente da intenção, é crucial que figuras públicas se expressem de forma responsável para evitar interpretações que possam incitar à violência.
A expressão “dar de cipó-caboclo” sugere uma punição severa, e se tomada de forma literal, poderia ser vista como uma ameaça física, algo inapropriado e ilegal no contexto político. As declarações do prefeito, portanto, suscitam preocupações sobre o tom e a mensagem que ele está transmitindo aos eleitores e à comunidade em geral.
A fala de Weldo Mariano levanta um debate sobre os limites da retórica política. As autoridades eleitorais e os órgãos de justiça poderão analisar a declaração para verificar se houve alguma violação das normas eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não recomenda, e muito menos permite, o uso de qualquer forma de violência ou ameaça em campanhas políticas.
Este episódio em Canindé de São Francisco destaca a necessidade de um discurso político mais moderado e respeitoso. A violência, mesmo que figurada, não deve fazer parte das campanhas eleitorais. Políticos têm a responsabilidade de promover um ambiente de debate saudável e democrático, onde as diferenças são resolvidas por meio de argumentos e não de ameaças.