G1 - Tecnologia
Mark Zuckerberg, Lauren Sanchez, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, donos de big techs, presentes na cerimônia de TrumpJulia Demaree Nikhinson/ReutersO Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA disse nesta quinta-feira (27) que intimou oito grandes empresas de tecnologia em busca de informações sobre "censura estrangeira à fala americana".As empresas convocadas foram:AlphabetAmazonAppleMetaMicrosoftRumbleTikTokXO presidente do comitê, o republicano Jim Jordan, enviou as intimações na quarta-feira. Segundo o comunicado do órgão, as intimações "são necessárias para permitir que as empresas divulguem documentos ao Comitê sem interferência de governos estrangeiros".Governo dos EUA fez crítica ao BrasilA convocação ocorre um dia depois de o governo de Donald Trump criticar o bloqueio de redes sociais americanas por parte das autoridades brasileiras. A publicação foi feita por um órgão ligado ao Departamento do Estado dos EUA e repostada pela Embaixada dos EUA no Brasil. O texto não cita diretamente, mas faz uma alusão à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de bloquear a plataforma Rumble, na semana passada."Respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil", diz a mensagem do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento dos EUA. "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão."Moraes determinou o bloqueio da rede social Rumble no Brasil na última sexta-feira (21). O ministro alega que a rede social cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros" e que instituiu um "ambiente de total impunidade e 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras".Resposta do ItamaratyA manifestação do governo Trump foi respondida ontem mesmo pelo Ministério das Relações Exteriores, que afirmou que "o Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais".O Itamaraty afirmou, em nota, que recebeu "com surpresa" a manifestação do governo Trump e "rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988"."A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", afirma o comunicado.