G1 - Economia
Peça Orçamentária deveria ter sido votada em 2024, mas impasse liberação de emendas travou análise. Governo iniciou ano com gastos reduzidos e precisou suspender Plano Safra. O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), marcou para o dia 11 de março a votação do Orçamento de 2025 no colegiado.Depois desta etapa, o texto ainda precisará passar por votação no plenário do Congresso Nacional, em sessão conjunta de deputados e senadores. A data precisa ser definida pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP). O Orçamento de 2025 deveria ter sido votado até o final de 2024, mas um impasse envolvendo a liberação de emendas parlamentares travou a análise do texto. 2025 começa sem Orçamento aprovado no Congresso; Klava analisaNeste início de ano, mais um ingrediente entrou na conta para a votação do Orçamento: a reforma ministerial do governo Lula, que promete abrir mais espaço para partidos de centro na Esplanada, mas que ainda não saiu do papel.Com isso, o governo iniciou o ano com gastos reduzidos a 1/12 do previsto para o ano inteiro na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Essa redução motivou a suspensão das linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025. Para contornar o problema, o governo decidiu editar uma medida provisória para garantir a continuidade do programa. Na semana passada, após críticas de integrantes do governo sobre a demora na aprovação do Orçamento pelo Legislativo, o presidente da Comissão Mista de Orçamento disse que o texto ainda não havia sido votado por desinteresse do próprio Executivo. Em nota, Arcoverde disse ver "com preocupação esse impasse, pois penaliza municipios, agricultores e atrasa o cronograma de inúmeras obras em todo o país, essenciais para a melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros". "A CMO sempre esteve e está pronta e disposta a cumprir sua missão legislativa, garantindo uma peça Orçamentária exequível e realista", afirmou. Emendas parlamentaresNa quinta-feira, parlamentares devem se reunir com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, responsável pelas decisões que impuseram regras para dar mais transparência à indicação e execução das emendas. Deputados ouvidos pelo g1 dizem que a definição sobre o ritmo de liberação das emendas está atrelada à votação do Orçamento. Líderes da oposição e mesmo da base governista afirmam que não há disposição em suas bancadas partidárias para tratar de projetos de maior impacto enquanto não ficar claro como será o ritmo de pagamento das verbas.Outro ponto que incomoda sobre são as regras impostas por Dino. Parlamentares dizem concordar com a "transparência" na indicação e execução das verbas, mas querem um "ajuste fino" nas determinações do ministro.