Publicado originalmente no Diário do Poder, na coluna de Cláudio Humberto, o uso dos cartões corporativos pela Presidência da República voltou a chamar atenção em 2024. Dados revelados mostram que um único cartão corporativo do Palácio do Planalto registrou uma despesa de R$ 207.953,60 em uma única conta, configurando-se como a maior fatura paga por meio desse recurso neste ano.
De janeiro a dezembro de 2024, o total de despesas realizadas diretamente pelo presidente Lula (PT) ou por assessores portadores de cartões corporativos atingiu R$ 15 milhões, segundo informações. A justificativa para esses gastos é protegida por "sigilo", um mecanismo amplamente criticado por limitar a transparência sobre o uso de recursos públicos.
No âmbito geral, o governo do PT acumulou até o momento R$ 63,9 milhões em despesas com cartões corporativos durante 2024. Esse valor reforça um padrão já observado no ano anterior, quando o presidente Lula bateu o recorde histórico de gastos, desembolsando R$ 90,6 milhões com os cartões em 2023.
Comparativamente, o recorde anterior pertencia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que gastou R$ 90,3 milhões em 2022, seu último ano de governo. Embora a diferença seja mínima, o aumento registrado em 2023 marca a continuidade de um histórico de elevados desembolsos com cartões corporativos na gestão petista.
Outro dado que chama atenção é o próprio histórico do presidente Lula no uso desse recurso. Em 2010, durante seu segundo mandato, os gastos com cartões corporativos ultrapassaram R$ 80 milhões, em valores da época, consolidando um dos maiores registros já feitos.