No mundo das relações trabalhistas, um novo escândalo está abalando as estruturas do setor de limpeza pública e comercial do Estado de Sergipe. A BTS Terceirização de Serviços Ltda., empresa de terceirização, está no olho do furacão após uma série de denúncias levantadas pelos trabalhadores Garis e Margaridas.
Em uma audiência que aconteceu em 16 de julho de 2024, mediada via videoconferência, questões graves foram discutidas entre os representantes da BTS e dos trabalhadores. Entre as reivindicações estão a falta de reajustes salariais justos, a ausência do valor da cesta básica, descontos abusivos em empréstimos, e problemas críticos no plano de saúde e odontológico, que a empresa não forneceu, apesar de ser uma conquista histórica da categoria. Isso sem mencionar o insalubre bônus de insalubridade e a chocante falta de pontos de apoio nos locais de trabalho.
A BTS Terceirização está sendo denunciada por negligência ao não conceder reajustes salariais justos. Trabalhadores relatam estar há anos sem um aumento que acompanhe a inflação, resultando em uma significativa perda de poder aquisitivo. Além disso, o tíquete-alimentação que se soma a o valor de cesta básica oferecido pela empresa é considerado insuficiente para cobrir as necessidades básicas dos funcionários, uma realidade que agrava ainda mais a situação financeira dos trabalhadores.
Outro ponto polêmico levantado pelos trabalhadores são os descontos abusivos realizados nos contracheques dos empregados devido a empréstimos. Esses descontos muitas vezes deixam os trabalhadores com valores irrisórios para sustentar suas famílias. A situação é agravada pela falta de fornecimento dos planos de saúde e odontológico, que, apesar de ser uma conquista histórica da categoria, ainda não foram implementados pela empresa, colocando em risco a saúde dos empregados.
Um dos aspectos mais chocantes revelados na audiência foi a falta de pontos de apoio nos locais de trabalho. Funcionários são forçados a trabalhar em condições sub-humanas, sem acesso a instalações adequadas para descanso e necessidades básicas. Essa negligência é um reflexo direto da falta de respeito da BTS Terceirização com a dignidade e bem-estar de seus trabalhadores.
Em sua defesa, o representante da BTS Terceirização informou que a empresa está enfrentando dificuldades devido a atrasos nos pagamentos do contrato por parte da EMSURB (Empresa Municipal de Serviços Urbanos), além da não atualização dos valores das normas coletivas, que estão sendo trabalhados com os valores de 2022. Segundo ele, essa falta de pagamento tem dificultado a empresa a honrar seus compromissos com os trabalhadores, incluindo os reajustes salariais e a manutenção de benefícios adequados.
Em resposta às contínuas negligências e à falta de avanços nas negociações, os trabalhadores Garis e Margaridas, representados pelo SINDELIMP, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Em Assembleia realizada no dia 17 de julho de 2024, a categoria aprovou a paralisação das atividades a partir do dia 23 de julho de 2024, às 6:00 da manhã.
Os Garis e Margaridas estão mobilizados para exigir respostas e soluções imediatas. Eles prometem não descansar até que todas as questões sejam resolvidas e os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. A BTS Terceirização, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias, além de culpar a EMSURB pela situação. A pressão da opinião pública está aumentando, e uma resposta mais detalhada é esperada a qualquer momento.
Esse escândalo traz à tona a necessidade urgente de uma revisão nas políticas trabalhistas e de um maior compromisso das empresas com o bem-estar de seus funcionários.