O que foi negado por muitos, agora torna-se realidade. Lembro-me bem das famosas cruzadas, nas quais a Igreja Católica se aproveitou bastante desses fatos históricos para levantar uma guerra em nome de Deus, mas sem a autorização dEle. Não acredito que Deus deseje o mal dos humanos; pelo contrário, Ele deseja paz, e esta deve sempre reinar, mesmo em terrenos obsoletos.
Na próxima terça-feira, dia 16, o ex-deputado Valadares Filho e o partido ao qual ele preside, o Solidariedade, vão anunciar apoio à pré-candidatura de Luiz Roberto (PDT). Com isso, consolidam a indicação de Valadares Filho como vice na chapa, com direito, inclusive, ao apoio indireto do ministro Márcio Macêdo e do ex-governador Jackson Barreto. Mas essa jogada, que no meu entendimento é arriscada, pode causar “borbulhas de amor”, como diz a canção do querido cantor e compositor Fagner.
Longe de mim desejar o mal a alguém, mas, como jornalista político e observador dos bastidores, vejo essa aliança como uma jogada que tem seus riscos. Primeiro, precisamos lembrar a população de Aracaju que, no passado não tão distante, todos eles já foram aliados e inimigos ao mesmo tempo. Ou esqueceram que, na derrota de Valadares Filho em 2016, JB, sim, Jackson Barreto, fez a famosa ligação no telefone amarelo em tom de chacota, questionando inclusive se Vavazinho já teria trabalhado alguma vez na vida? Meus leitores, essa grande cabeça que tenho serve não apenas para estar no meu corpo, mas também para lembrar de fatos que aconteceram, pois esse sempre será o papel do bom formador de opinião: manter os leitores ávidos por muitas informações. Nunca é demais estar bem informado, especialmente em período eleitoral.
Outra questão que pode ser levantada pelo eleitorado aracajuano é a interpretação da aliança de Valadares Filho com Luiz Roberto de várias maneiras. Para alguns, essa união pode parecer um movimento político oportunista, que visa apenas a conquista do poder sem considerar verdadeiramente os interesses da população. Para outros, pode ser vista como um esforço legítimo de unificação das forças políticas para enfrentar desafios comuns. No entanto, é inegável que essa aliança pode gerar desconfiança e ceticismo entre os eleitores, especialmente aqueles que já possuem reservas quanto às figuras políticas envolvidas.
Outro dilema é a pré-candidatura de Candisse Carvalho, do PT, que espera ansiosa pelo apoio do PV e PCdoB, partidos que compõem a Federação Brasil com Esperança juntamente com o PT. Ou seja, um sarapatel de coruja se formos resumir toda a história. E essa jogada de Valadares Filho tem o envolvimento do petista e ministro Márcio Macêdo, cuja inclinação natural seria apoiar a jornalista Candisse Carvalho? No entanto, a articulação política parece ter redirecionado o apoio de Macêdo para a chapa Luiz/Valadares Filho. Seriam resquícios da disputa de Márcio com Rogério, visando a liderança do PT no Estado? Sem esquecer a disputa de 2026, todos querem sua fatia do bolo. Ninguém é menino.
De uma coisa tenho absoluta certeza: os corações estarão borbulhando na terça-feira, às 09h, quando o anúncio oficial for feito. Quem diria que JB, Valadares Filho, Edvaldo Nogueira e Márcio Macêdo estariam juntos novamente? É brincadeira? Que saudades de Déda! Se vivo estivesse, estaria rindo de tudo isso, tenho certeza.